Prefeitura de São Paulo

Um grupo de alunos formados na turma mais recente do curso Bolsa Trabalho – Juventude, Trabalho e Fabricação Digital compareceu ao Centro de Apoio ao Trabalho e Empreendedorismo (Cate) para participar de edição especial da oficina do programa Elabora, que orienta sobre como obter mais sucesso em processos seletivos, e logo depois, teve a oportunidade de receber encaminhamento para diversas vagas de emprego. A ação foi destinada aos alunos que cumprem ou cumpriram medidas socioeducativas anteriormente. Os programas, que são iniciativas da Prefeitura de São Paulo, contam com ações entre as secretarias de Desenvolvimento Econômico e Trabalho e de Direitos Humanos e Cidadania, além da Fundação Paulistana.

“É muito importante dar continuidade à nossa atuação na vida das pessoas assistidas pelos programas intersecretariais. O processo de inserção no mercado de trabalho e desenvolvimento profissional passa por várias etapas. Dessa forma, sabemos que estamos dando o suporte para que esses jovens consigam revolucionar as suas vidas, as de suas famílias e toda a sua comunidade”, explica Aline Cardoso, secretária municipal de Desenvolvimento Econômico e Trabalho.

Durante a oficina Elabora, os alunos receberam orientações, dicas e participaram de atividades práticas. A aula prepara para possíveis cenários em processos seletivos e no mercado de trabalho, ajuda a desenvolver postura, comportamento, habilidades de comunicação e também a aprimorar a autoconfiança. A orientadora Meire Correa, que faz parte do programa Elabora, desde o início, destacou os resultados da ação. “Eu tenho um carinho muito grande pelo Elabora. Com todos esses anos acompanhando os alunos, eu sei que ele dá resultados e faz a diferença na vida das pessoas”.

Em uma das atividades, os alunos tiveram um minuto para irem até a frente da sala e fazerem uma apresentação rápida sobre si mesmos, como se estivessem em uma entrevista de emprego, e receberam feedbacks, comentários e recomendações. Também se reuniram em duplas para ensaiar entrevistas uns com os outros e avaliar seu desempenho.

“Por isso eu não concordo quando falam que os jovens de hoje não querem nada da vida. A maioria de vocês tem em torno de 16 anos e olha só a qualidade do discurso e postura de vocês. Vocês são muito capazes”, disse Meire Correa, durante as dinâmicas.

Ítalo Morais, de 19 anos, afirmou ter dificuldades em processos seletivos. “É aquela coisa: manda currículo, faz entrevista, não retornam. Mas agora eu já me sinto mais preparado para futuras entrevistas, sinto que a oficina agregou muito no meu desenvolvimento pessoal, na forma como eu me relaciono com as pessoas e como eu me comporto em certos ambientes. Acabou me ajudando a trabalhar na timidez. Isso significa muito porque vai ser a minha porta de entrada no mercado de trabalho”, disse o participante, complementando que depois de conquistar uma vaga irá começar a faculdade de História para se tornar um arqueólogo.

“Fiz minha primeira entrevista de emprego com 13 anos e foi bem complicado. Com essas experiencias, agora eu me sinto um pouco mais confiante para encarar o mercado de trabalho. Aprendemos a enfrentar os nossos medos e os estigmas vão se quebrando. Minhas perspectivas para o futuro são muito boas, pretendo fazer cursos e várias entrevistas”, destacou outra participante, Eduarda Vitória, 17 anos.

No final, puderam escolher entre algumas opções de vagas de emprego para se candidatar, incluindo instalador-reparador de redes e cabos telefônicos, auxiliar de logística, atendente de lanchonete, atendente de lojas, operador de cobrança, entre outros. A ideia é proporcionar para os jovens a entrada no mercado de trabalho, então algumas das vagas possuem carga horária reduzida e possibilitam conciliar o emprego e os estudos, seja no ensino médio ou no nível superior.

“Achei muito importante o Bolsa Trabalho indicar a gente para essas vagas. Agora, vou atrás do meu primeiro emprego com a consciência do que enfrentaremos são normais, não sendo nenhum ‘bicho de sete cabeças’. A comunicação da Meire nessa parte foi muito importante. A gente aprendeu a se expressar melhor e ter mais cautela. Eu penso muito no meu crescimento e experiências de vida, mas também em ajudar a minha família, isso é muito importante para mim”, relata outra participante, Kemilly Fernandes Lima, também com 17 anos.

De acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA - Lei Federal 8069/90), medidas socioeducativas são aplicáveis ao adolescente que pratica um ato infracional (a conduta descrita como crime ou contravenção penal). A medida somente é aplicada após o devido processo legal. Parte das vagas dos projetos do Bolsa Trabalho é destinadas a este público, para auxiliar na recuperação e no crescimento profissional e pessoal destes jovens.

Bolsa Trabalho

A edição Juventude, Trabalho e Fabricação Digital do programa Bolsa Trabalho é uma parceria entre as secretarias de Desenvolvimento Econômico e Trabalho, Direitos Humanos e Cidadania e de Inovação e Tecnologia. Durante os seis meses do curso, em 2022, o grupo teve acesso à produção por meio da fabricação digital, na rede municipal do Fab Lab, com impressão 3D, corte a laser entre outras técnicas com aplicação de tecnologia para desenvolver, ao longo do semestre, produtos com impacto social em seu bairro. Além disso, tiveram aulas sobre cidadania e sociedade. Também contaram com bolsa-auxílio de R$ 627,21, por mês. Na cerimônia de formatura, em dezembro, alguns dos trabalhos desenvolvidos ao longo do programa foram expostos na sede da Prefeitura de São Paulo.

“O Bolsa trabalho me ensinou muitas coisas. O que mais me impactou foi fato de a gente poder se relacionar com outras pessoas, aprendendo em conjunto tendo experiências com o local de ensino também. Eu conheci muita gente diferente lá e aprendi muito com eles. Também pude fazer uma amizade que foi muito forte e transformadora para mim”, contou Kemilly. Eduarda também comentou que “De certa forma, você precisar se desdobrar para fazer algumas coisas te dá mais responsabilidade”.

O Programa Bolsa Trabalho tem atualmente quatro projetos em andamento com cerca de três mil jovens em formação. Para participar das próximas edições do Programa Bolsa Trabalho é necessário ter entre 16 e 20 anos, residir no município de São Paulo, estar desempregado, pertencer a famílias cuja renda por pessoa seja equivalente ou inferior a meio salário-mínimo e estar matriculado em cursos vinculados ao sistema nacional de ensino ou ter concluído o ensino médio, inclusive profissionalizante. As inscrições são divulgadas no site: www.prefeitura.sp.gov.br/desenvolvimento.

Rede Fab Lab Livre SP

A rede Fab Lab Livre SP é uma política pública pioneira no Brasil, mantida pela Prefeitura de São Paulo desde 2015. Tem como objetivo promover a inclusão digital, por meio da capacitação de cidadãos nas tecnologias de fabricação digital e no desenvolvimento de projetos geradores de impacto social com o potencial de transformar a realidade socioeconômica local.

Saiba mais sobre a rede Fab Lab Livre SP em: www.fablablivresp.prefeitura.sp.gov.br