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Quinta-feira, 24 de Outubro de 2019 | Horário: 12:14

Mobilidade: paulistano leva uma hora e meia para ir e voltar do trabalho

Tempo é uma média e varia conforme região. Enquanto um morador do Itaim Bibi demora menos de 45 minutos, aquele que vive em Cidade Tiradentes leva 2 horas e 45 minutos no trajeto. Resultados constam de Informe Urbano da Prefeitura.

A Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano (SMDU) lança mais um estudo, desta vez para compreender as mudanças ocorridas na mobilidade do município entre 2007 e 2017. Entre os diversos resultados obtidos, pode-se destacar o fato de que os paulistanos gastam, em média, uma hora e meia, todos os dias, para ir e voltar do trabalho.

As fontes dos dados presentes nesta edição do Informe Urbano são as Pesquisas Origens e Destino, promovidas pelo Metrô a cada dez anos para registrar a mobilidade da população da Região Metropolitana de São Paulo – composta por 39 municípios, como a própria capital, Barueri, Cotia, Guarulhos, Mogi das Cruzes, Osasco e região do ABCD – e orientar os projetos de transporte nesse território, sobretudo, relacionados à expansão da rede metroviária.

O levantamento da Prefeitura  mostra que em 2017 houve um crescimento de 10,3% das viagens diárias em toda Região Metropolitana em comparação a 2007, passando de 38,1 milhões para 42 milhões. O índice é superior ao crescimento da população (6,6%) e de empregos (3,3%) no período. Tal fenômeno também pôde ser visto na Capital, que registrou 24,9 milhões viagens por dia (crescimento de 10,2%), frente a um incremento populacional de 7,7% entre 2007 e 2017.

O número de viagens realizadas depende de uma combinação de diversos fatores, como renda domiciliar, idade e nível de escolaridade. Locais que possuem mais adultos e jovens em relação às crianças e aos idosos, por exemplo, tendem a ter um maior índice de mobilidade. Além das características mencionadas, outro motivo que deve ser considerado é a presença ou não da malha de transportes de massa, ou seja, metrô, trem e corredores de ônibus. Neste sentido, em relação a São Paulo, o estudo evidencia, de forma geral, que os cidadãos que vivem nos distritos que compõem o chamado Centro Expandido e seu entorno imediato se deslocam mais que os moradores de distritos periféricos.

Outro destaque da pesquisa é a exibição das viagens segundo o modo como é feita, isto é, motorizada (carro, ônibus, moto, metrô...) ou não motorizada (a pé e de bicicleta). Em São Paulo, apesar do crescimento de 7,5% das viagens não motorizadas no período, as viagens motorizadas assinalaram um aumento de 11%, seguindo como predominantes na vida do paulistano, visto que 69,3% dos percursos são feitos assim. O resultado é mais acentuado na Lapa, Vila Leopoldina, Barra Funda e Morumbi, locais, em boa parte, de maior padrão socioeconômico. Por outro lado, o distrito Jardim Helena, no extremo leste, é o único do município onde o número de viagens motorizadas não foi superior às não motorizadas.

Entre as viagens motorizadas, houve crescimento do modo individual (automóvel, táxi ou motocicleta), mas, principalmente, do coletivo (metrô, trem, ônibus, transporte fretado e transporte escolar), que elevou sua participação no total de viagens na cidade de 56% para 58% entre 2007 e 2017. Os distritos localizados ao longo dos eixos de transporte coletivo de alta capacidade, em termos gerais, são aqueles que apresentam os maiores índices de mobilidade pública. Já os que contam com elevadas viagens individuais são influenciados pela maior presença de população de renda média e alta e/ou ausência de redes de transporte. Nas áreas periféricas, outro fator identificado para o aumento do uso de transporte individual é a ampliação do acesso ao automóvel particular entre os grupos de menor renda, como consequência das regras favoráveis de expansão do crédito e de redução da carga tributária incidente sobre os veículos automotores.

Há diversas maneiras de se locomover na cidade: carro, moto, bicicleta, trem... No entanto, são os deslocamentos a pé que mais se destacam na cidade. Entre 2007 e 2017, essa forma de transporte teve um crescimento de 6,7%. Os ônibus geridos pela SP Trans aparecem em seguida, com um crescimento de 4% no período – acompanhando o ritmo de maior uso do transporte público. O automóvel, que praticamente não teve variação nesse espaço de tempo, fica em terceiro lugar. Por fim, vale salientar o expressivo aumento da utilização do taxi no munícipio (326,7%), graças ao surgimento dos serviços de taxis não convencionais por aplicativo.

O trabalho continua sendo o principal motivo das viagens em São Paulo (45% do total), sendo realizados 11,6 milhões de deslocamentos todos os dias. Educação, com 8,5 milhões de viagens/dia, aparece em seguida. Esses dois motivos apresentam características diferentes entre si. Enquanto as viagens a trabalho são majoritariamente (77,1%) realizadas pelo modo motorizado, as de educação registram um valor mais modesto, de 55,8%.

Quanto ao tempo médio de viagem na Capital, houve uma queda de 12,8%, passando de 42 minutos em 2007 para 37 minutos em 2017. A maior queda ocorreu nas viagens a pé, cujo tempo médio caiu 24,5%, saindo de 16 para 12 minutos. Os modos coletivos também diminuíram seu tempo de viagem (11,9%), que passou de 71 em 2007 para 62 minutos em 2017.

Considerado o deslocamento por motivo de trabalho, o paulistano demora em média, 1 hora e meia para ir e voltar do serviço diariamente. Todavia, há uma grande disparidade na duração das viagens. Por exemplo, enquanto um morador do Pari ou do Itaim Bibi demora menos de 45 minutos nesse trajeto, os que vivem em Cidade Tiradentes levam aproximadamente 2 horas e quarenta minutos para chegar ao trabalho. A situação é fruto do padrão de urbanização paulistano, caracterizado pela grande concentração dos empregos e serviços no Centro Expandido, em detrimento das áreas periféricas carentes de infraestruturas.

O detalhamento das viagens feitas e a identificação de novas tendências podem se constituir em instrumentos úteis para a elaboração de políticas públicas de planejamento urbano. Dessa forma, a série Informes Urbanos, da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano, dará continuidade às análises sobre os dados, abordando, em suas próximas edições, assuntos ainda mais específicos da mobilidade em São Paulo.

Acesse o informe urbano.

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