Notícia na íntegra

Terça-feira, 31 de Janeiro de 2023

Número de acidentes de trânsito cai pelo segundo ano seguido na cidade

A queda foi de 30% em relação ao ano de 2020, segundo Relatório Anual de 2021.

O Relatório Anual de Acidentes de Trânsito de 2021 mostra que, pelo segundo ano seguido, o número total de acidentes de trânsito na cidade de São Paulo caiu. Ao longo de 2021, foram registradas 6.860 ocorrências (somando-se os atropelamentos e sinistros veiculares). Trata-se de uma queda de 30% em relação ao ano de 2020, quando foram registradas 9.837 ocorrências desse tipo. O número total de vítimas feridas nesses acidentes também caiu 30%. Foram 8.439 em 2021, ante 12.152 vítimas anotadas em 2020. 

Os motociclistas são mais da metade das vítimas de acidentes de trânsito na capital, em 2021. Entre eles, foram 4.671 feridos. Os motociclistas também são a maioria entre as vítimas fatais: 363 perderam a vida. Dentre os mortos, 94 tinham entre 20 e 24 anos; e 77 foram identificados como motofretistas. 

Nos dozes meses de 2021, 823 pessoas morreram nas ruas e avenidas paulistanas. A cidade fechou o ano com um índice de 6,64 mortes no trânsito a cada grupo de 100 mil habitantes. A média nacional, de acordo com o IPEA (edição especial temática do Boletim Radar nº 67), é de 22 mortes/100 mil. 

Já as mortes de pedestres foram as menores de que se tem registro na série histórica do relatório, que existe desde 1979. Ao todo, 286 pedestres perderam a vida em 2021. São 30 mortes a menos entre pedestres do que no ano anterior, quando foram registradas 316 (redução de 10%). Motoristas e passageiros somaram 130 vítimas fatais ao longo de 2021. Entre os ciclistas, foram 44 mortos.

A maior parte dos acidentes de trânsito foi registrada nos fins de semana, principalmente nas noites de sábado. Já as ocorrências fatais, concentram-se nas noites e madrugadas do fim de semana. Sendo que as mortes ocorreram com mais frequência nas madrugadas de sábado para domingo. 

Acesse a íntegra do relatório de 2021 e os relatórios dos anos anteriores no link: /sobre-a-cet/relatorios-corporativos.aspx 

Ações  

A Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal de Mobilidade e Trânsito (SMT) e da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), vem implementando uma série de medidas com o intuito de reduzir o número de acidentes de trânsito, vítimas feridas e óbitos no município decorrentes do trânsito da cidade, seguindo o Plano de Segurança Viária - Vida Segura. O Vida Segura é baseado nos conceitos de Visão Zero e Sistemas Seguros, segundo o qual nenhuma morte no trânsito é aceitável. 

O planejamento para a gestão do trânsito na cidade também está alinhado às metas da Organização Mundial da Saúde (OMS) para a década de Ação pela Segurança no Trânsito 2021-2030. O Programa de Metas 2021-2024 da Prefeitura traz, dentre seus objetivos, um principal na perspectiva do trânsito, que é reduzir o índice de mortes da cidade de São Paulo para 4,5/100 mil habitantes. 

Um exemplo concreto de medida para proteger as principais vítimas do trânsito, ou seja, motociclistas e pedestres, é a ampliação das Frentes Seguras (boxes de espera para motocicletas) antes da travessia nos cruzamentos semaforizados. Essa sinalização aumenta a segurança de motociclistas e pedestres. Entre 2021 e 2022, foram implantadas 416 novas Frente Seguras. A CET também vem ampliando a quantidade de faixas de travessias de pedestres. Nos últimos dois anos, mais de 5.600 novas travessias foram sinalizadas. 

Ainda como parte das ações visando a redução de acidentes e mortes, a Prefeitura, por meio da CET, reduziu, no ano de 2021, a velocidade máxima de 24 importantes vias da cidade, passando de 50 km/h para 40 km/h. Atualmente, nenhuma rua da cidade de São Paulo, com exceção das marginais, Av. do Estado e a Av. 23 de Maio, tem velocidade máxima permitida acima de 50 km/h. Sendo as locais limitadas a 30 km/h, as coletoras a 40 km/h e as arteriais a 50 km/h.

O Vida Segura prevê entre suas diretrizes o redesenho urbano para melhoria da caminhabilidade e da segurança dos mais vulneráveis. Em 2021, a cidade ganhou o primeiro Manual de Desenho Urbano e Obras Viárias da América Latina. O Manual foi inspirado em experiências de diversas cidades no mundo, como Nova York, nos Estados Unidos, e Barcelona, na Espanha. Também está em consonância com a Política Nacional de Mobilidade Urbana e com as demais legislações federal, estadual e municipal. Ele reúne todas as informações existentes e que estabelecem o que deve existir e de que forma devem estar organizados os espaços públicos urbanos de circulação de pessoas e veículos. A regulamentação do Estatuto do Pedestre, em 2020, foi outra medida importante para estabelecer a prioridade no trânsito para segurança de quem caminha. Em seguida, a prioridade é dos modos de mobilidade ativa, depois o transporte público e, somente em seguida, o transporte individual.

 A atenção às pessoas com deficiência, crianças e idosos também está presente dentre as medidas voltadas à segurança viária. Por exemplo, o Rotas Acessíveis (trabalho intersecretarial, liderado pela Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência), que prevê calçadas planas e com piso direcional, eliminando os obstáculos ao máximo, observando o direito ao transporte e à mobilidade da pessoa com deficiência e mobilidade reduzida. Atualmente, são seis projetos implantados na cidade: Vila Clementino, Ipiranga, Barra Funda, Marechal Deodoro, Vila Mariana (Linha Azul) e centro (Líbero Badaró e 25 de Março), com calçadas acessíveis, rampas, piso tátil de alerta e direcional, além de semáforo sonoro para pedestres.

As Áreas Calmas também são projetos de redesenho urbano, que fazem parte do conjunto de ações e políticas públicas contidas no Plano de Segurança Viária. O “acalmamento” de uma área prevê melhorias no sistema viário contido em seu território, com ênfase nos espaços destinados aos pedestres, com a ampliação e a requalificação de calçadas com acessibilidade (rebaixamento junto às travessias), implantação de travessia elevada, lombadas e rotatórias (que obrigam os carros a reduzirem a velocidade); construção de avanços para travessias mais seguras; aumento do tempo semafórico para pedestres; reposicionamento e elevação de faixas de travessia; melhoria da iluminação; além da padronização da sinalização horizontal e vertical. E o mais importante: redução do limite de velocidade para 30 km/h. Já foram implantadas as Áreas Calmas de Santana, Lapa de Cima e de Baixo. Em breve serão iniciadas as obras para a Área Calma de São Miguel.

Outra medida que favorece quem caminha, principalmente idosos e quem tem mobilidade reduzida, é o Pedestre Seguro. O programa é responsável pelo aumento do tempo de travessia de pedestres em 50 dos principais corredores viários da cidade. A ampliação do tempo de travessia, em média de 20%, foi realizada em mais de 1000 cruzamentos da capital.

As Rotas Escolares Seguras têm como objetivo principal o tratamento de áreas escolares em regiões que concentram várias escolas e onde a maior parte dos estudantes faz o trajeto casa-escola-casa a pé. O programa prevê reduzir o risco de acidentes de trânsito nestes trajetos e não só no entorno de uma unidade de ensino apenas. Faz parte da diretriz deste projeto melhorar a visibilidade das crianças nas travessias de pedestres; propiciar maior segurança aos alunos próximo aos portões de entrada e saída das escolas (extensões de passeio, áreas de interação); propor distâncias menores entre travessias, reduzir a extensão das travessias, implantar focos semafóricos para pedestres, iluminar as faixas; implantar sinalização de redução de velocidade (30km/h) acompanhada de dispositivos moderadores de tráfego. O programa Rota Escolar Segura já foi implantado, em 2018, em José Bonifácio e, em 2019, no Jardim Nakamura, localizado na zona sul, no Distrito do Jardim Angela. A Rota Escolar Segura Pari (região central) e a Rota Escolar Segura São Rafael (zona leste) estão em fase de planejamento para implantação. 

Para quem utiliza a bicicleta a cidade de São Paulo se tornou, em 2021, a capital nacional da bicicleta. Até hoje, a cidade tem a maior malha cicloviária do Brasil, com 699,2 km de vias com tratamento para bicicletas. Até o fim de 2024 serão mais 300 km de ciclovias e ciclofaixas acrescidos a essa rede, alcançando os 1.000 km de vias tratadas para a circulação de bicicletas. Já estão em obras 44 km de vias destinadas ao modal. Entre elas a Av. República do Líbano, Av. Sena Madureira, Av. Indianópolis, Viaduto Bresser, Av. Jaguaré, Av. Tiradentes, Av. Nações Unidas, Praça Campo de Bagatelle, Av. Dom Pedro I, Av. Miguel Yunes, Av. Eng. Luís Gomes Cardim Sangirardi, Rua Dona Avelina e Av. Gastão Vidigal. A previsão de entrega dessas obras em andamento é para o primeiro semestre de 2023. Outros 284 km já foram definidos em conjunto com a sociedade por meio da realização de audiências públicas.

Faixa Azul

Com a pandemia, a partir de 2020, o aumento de circulação de motocicletas ganhou destaque. Por conta da necessidade de isolamento social, o serviço de entregas passou a ser essencial. Como consequência, o número de motos trafegando pelas vias subiu. Atualmente, são 1,3 milhão de motos circulando pelas ruas e avenidas da capital.

A Faixa Azul é um projeto voltado à segurança dos motociclistas, de grande importância para a segurança viária da cidade, já que esse modal é o que mais causa vítimas fatais no trânsito. O projeto-piloto foi implantado em 25 de janeiro de 2022 na Av. 23 de Maio, no sentido Aeroporto. Em um ano de operação do novo conceito de compartilhamento do espaço viário, nenhum motociclista morreu no trecho da avenida em que a faixa foi implantada. Boa parte dos acidentes não geraram vítimas e, quando houve vítimas, a maioria apresentou ferimentos leves. 

Apesar de a Faixa Azul não ser obrigatória para as motos ou de uso exclusivo (afinal, na transição entre faixas, os veículos passam por ela), a opção por usá-la entre os motociclistas supera os 80% no horário de pico. Estudos da CET baseados na Taxa de Severidade demonstraram que o risco de acidentes graves entre os motociclistas é três vezes menor para aqueles que utilizam a Faixa Azul.

A iniciativa na Av. 23 de Maio deu tão certo que, em novembro de 2022, com a anuência da Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran) após avaliação dos resultados, a Faixa Azul foi implantada, também em caráter experimental, na Av. dos Bandeirantes. A adesão dos motociclistas à faixa foi alta. Das motos que transitaram pela Av. dos Bandeirantes nos primeiros meses de implantação, 92,7% utilizaram a Faixa Azul. Nenhum motociclista morreu. E como ocorre na 23 de Maio, a gravidade dos acidentes também é baixa.

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