Notícia na íntegra

Segunda-feira, 11 de Novembro de 2019 | Horário: 16:04

Prefeitura reduz em 20% casos de sífilis em gestantes

Número é resultado do trabalho permanente para identificação, tratamento e monitoramento dos casos da doença durante o pré-natal

Atualizado em 11/11/2019 às 19h21

Boa notícia na área da saúde na capital paulista. A incorporação de exames adicionais ao protocolo do pré-natal para rastreamento da sífilis na gestante, por parte da Prefeitura de São Paulo, permitiu reduzir em 20% os casos da doença de janeiro a outubro deste ano, comparado ao mesmo período de 2018.

O resultado é fruto do trabalho permanente para identificação, tratamento e monitoramento dos casos de sífilis na gestante com o objetivo de prevenir e reduzir a sífilis congênita, quando a doença é transmitida ao feto.

Por causa deste avanço, Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de São Paulo recebeu o Prêmio Luiza Matida, concedido pelo governo estadual.

“Estamos diagnosticando essa infecção sexualmente transmissível (IST) ainda no pré-natal, o que permite o tratamento precoce e evita a transmissão da doença para o bebê”, destaca Maria Cristina Abbate, coordenadora do Programa Municipal de DST/Aids de São Paulo.

Agora, toda gestante deverá realizar no mínimo quatro testes rápidos para sífilis, um logo após o teste de gravidez positivo, no segundo e no terceiro trimestre de gestação, além de um no parto. É preconizado também três sorologias completas para sífilis, uma em cada trimestre da gestação.

Para facilitar o monitoramento da sífilis na gestante e do recém-nascido com sífilis ou exposto à sífilis na gestação, foi incorporado às ferramentas disponíveis para a Atenção Básica do Município um sistema on line que permite acompanhar o atendimento da gestante com sífilis durante todo o pré-natal e do recém-nascido exposto ou com sífilis até os dois anos de vida.

Além disso, todas as UBSs estão treinadas e capacitadas para identificar rapidamente os casos de sífilis na população, disponibilizando e oferecendo a realização do teste rápido para a sífilis diariamente, durante o período integral de funcionamento das unidades.

Nos primeiros 10 meses deste ano, foram registrados 3.388 casos, contra 4.200 em 2018.

Entre recém-nascidos, foram 896 casos de sífilis congênita neste ano e 986 de janeiro a outubro de 2018, uma redução de 10%.

Segundo Abbate, isso só tem sido possível, principalmente, devido ao esforço conjunto da Comissão de Normatização e Avaliação das Ações de Controle da Transmissão Vertical do HIV e da sífilis Congênita do Município de São Paulo, composta por diversas áreas da SMS, como a Atenção Básica, Áreas Técnicas da Saúde da Mulher e da Saúde da Criança e do Adolescente, Assistência Laboratorial, Assistência Farmacêutica, Autarquia Hospitalar Municipal, Rede de Proteção da Mãe Paulistana, Coordenadoria de Vigilância em Saúde e Programa Municipal de DST/Aids.

“Esta comissão instituiu comitês regionais, que monitoram todos os casos de gestantes com sífilis, bem como avaliam os casos de sífilis congênita, com o objetivo de verificar potenciais falhas e aperfeiçoar os fluxos de trabalho”, explica.

A doença

A sífilis é uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) curável e exclusiva do ser humano, causada pela bactéria Treponema pallidum. Pode apresentar várias manifestações clínicas e diferentes estágios (sífilis primária, secundária, latente e terciária).

Nos estágios primário e secundário da infecção, a possibilidade de transmissão é maior. A sífilis pode ser transmitida por relação sexual sem camisinha com uma pessoa infectada ou para a criança durante a gestação ou parto.

O acompanhamento das gestantes e parcerias sexuais durante o pré-natal previne a sífilis congênita e é fundamental.

O uso correto e regular da camisinha feminina e/ou masculina é a medida mais importante de prevenção da sífilis, por se tratar de uma IST.

O tratamento de escolha é a penicilina benzatina (benzetacil), que poderá ser aplicada na unidade básica de saúde mais próxima de sua residência.

Esta é, até o momento, a principal e mais eficaz forma de combater a bactéria causadora da doença.

Quando a sífilis é detectada na gestante, o tratamento deve ser iniciado o mais rápido possível, com a penicilina benzatina. Este é o único medicamento capaz de prevenir a transmissão vertical, ou seja, de passar a doença para o bebê.

O teste rápido (TR) de sífilis está disponível nos serviços de saúde do SUS, sendo prático e de fácil execução, com leitura do resultado em, no máximo, 30 minutos, sem a necessidade de estrutura laboratorial. Esta é a principal forma de diagnóstico da doença.

O que fazer

Em caso de suspeita de sífilis, o usuário deve procurar uma Unidade Básica de Saúde (UBS) perto de sua casa ou os serviços da Rede Municipal Especializada em DST/Aids de São Paulo. Homens e mulheres que adquirem a infecção através do contato sexual com parceiro infectado e recém-nascidos podem adquirir a infecção através da transmissão do Treponema pallidum da gestante infectada para o seu concepto (transmissão vertical).

A sífilis é tratada por médicos e enfermeiros nas 468 Unidades Básicas de Saúde que seguem protocolo padronizado pela Secretaria Municipal da Saúde.

Sintomas

A sífilis pode apresentar diferentes sinais ou sintomas ou não apresentar nenhum sintoma. Pode ser:

• Recente: menos de dois anos de evolução

         Primária: é o estágio inicial da doença, que surge cerca de 10 a 90 dias após o contato com o Treponema pallidum. Essa fase é caracterizada pelo aparecimento do cancro duro, que corresponde a uma pequena lesão ulcerada, única, bordos nítidos, base endurecida, fundo liso brilhante, secreção serosa, indolor que desaparece sem cicatriz em 4 a 5 semanas. O cancro duro pode aparecer nos pequenos lábios, parede vaginal, colo uterino, perianal, pênis e na boca. Na mulher 80 a 90% das lesões passam desapercebidas.

         Secundária: ocorre 6 a 8 semanas após a fase primária. Principais sinais e sintomas: febre, apatia, mal-estar, gânglios aumentados em diferentes locais do corpo, dor articular, artralgias e “rash” cutâneo que é uma erupção cutânea semelhante a uma reação alérgica, que pode aparecer no tronco em membros (roséolas sifilíticas – lesões arredondadas, ovaladas, não pruriginosas, não, descamativas) ou lesões avermelhadas e exclamativas nas palmas das mãos ou planta dos pés; alopecia “em clareira e perda dos cílios ou sobrancelhas.

         Latente precoce: na maioria das vezes não apresenta sintoma (no primeiro ano, 25% dos indivíduos. Podem apresentar algum sintoma da sífilis secundária)

• Tardia: mais de dois anos de evolução

         Latente tardia: ausência de sintomas. #0 % evolui para a sífilis terciária.

         Terciária: aparece 2 a 40 anos após o início da infecção e tem como manifestações clínicas as lesões cutaneomucosas tardias, alterações ósseas, alterações cardiovasculares e neurológicas.

Observação: a sífilis latente não apresenta sintomas e somente pode ser diagnosticada por testes sorológicos. É dividida em latente recente (menos de um ano de infecção) e latente tardia (mais de um ano de infecção).

Prevenção

O uso correto e regular do preservativo feminino e/ou masculino é a medida mais importante de prevenção da sífilis, por se tratar de uma IST.

A SMS disponibiliza, atualmente, 37 dispensadores Jumbos (com capacidade para mais de 14 mil preservativos) em 36 estações de metrô

  • As 9 da linha 4-Amarela;
  • As 18 da linha 5-Lilás;
  • Tucuruvi e Jabaquara da Linha 1-Azul
  • República, Brás, Tatuapé e Corinthians-Itaquera (que conta com dois jumbos) da Linha 3-Vermelha
  • Consolação, Paraíso e Tamanduateí da linha 2-Verde.

Os jumbos estão presentes em outros 90 locais como: nas unidades da Rede Municipal Especializada (RME) em DST/Aids; nos 26 terminais de ônibus municipais; em outras unidades ligadas à SMS, como Hospital Dia de Socorro e o HSPM; centros culturais, como o CCSP e o CCJ da Prefeitura e o Centro de Tradições Nordestina, que é privado; universidades como o campus Leste da USP, Casper Líbero, FIAM/FAAM/FMU; em mercados municipais, como de São Miguel e o de Sapopemba; subprefeituras como a do Jaçanã. Há até dois jumbos em estações de trem da CPTM, mas não temos um acordo de parceria com a empresa, são ações das unidades da RME.

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