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Terça-feira, 9 de Agosto de 2022 | Horário: 17:43

Prefeitura garante atendimento médico a indígenas com respeito às tradições

Na UBS, a interlocução com os líderes das aldeias é feita para que cultura e costumes locais sejam respeitados

“O nosso Agosto Dourado na aldeia é diferente. O trabalho que temos não é só para incentivar as mães a amamentarem, pois culturalmente já fazem isso, e sim para a introdução consciente de outros tipos de alimento na dieta do bebê após os seis meses”. Essa afirmação é de Poty Poran Turiba Carlos, gestora da Unidade Básica de Saúde (UBS) Aldeia Jaraguá Kwarãy Djekupé, na Zona Norte da cidade.

A fala de Poty traz um pouco da realidade dos profissionais que atuam nas UBSs indígenas da cidade de São Paulo e que envolve não apenas questões de saúde, mas também de cultura.

A gestora, que há quase dois anos está à frente da equipe de 27 profissionais da UBS, localizada na terra indígena Jaraguá, ressalta a importância da interlocução com a comunidade. “O respeito à tradição, crenças e autoridade indígena é fundamental”.

Essa interlocução leva em conta, por exemplo, que muitas das crianças em idade pré-escolar e os idosos das aldeias só falam a língua guarani-mbya. Também acontece de o pajé ou a pajé (xamoî/kunhã karai) ser consultado sobre questões de saúde antes que os moradores decidam procurar a UBS, entre muitas outras especificidades da cultura local.

Por isso, a UBS Indígena do Jaraguá é formada por uma equipe multidisciplinar de Atenção Básica à Saúde Indígena (EMSI), na qual 18 dos 27 profissionais, trabalhando em todos os tipos de funções e em todos os níveis educacionais (ensino superior, nível técnico, ensino médio), são indígenas. Na equipe, o papel de interlocutora indígena, atualmente desempenhado pela jovem Rafaela Martim, é fundamental, assim como o dos Agentes Comunitários de Saúde (ACSs), Agentes de Promoção Ambiental (APAs) e Agentes Indígenas de Saneamento (Aisan) que realizam visitas às aldeias.

Visitas
A terra Jaraguá é uma das duas áreas indígenas existentes dentro da cidade e possui seis aldeias, com uma população estimada em 719 pessoas em todas as faixas etárias (incluindo três pessoas com mais de 100 anos). Quatro dessas aldeias estão próximas ao acesso e outras duas são mais distantes, o que torna as visitas domiciliares ainda mais importantes.

“É possível que uma criança com problema de pele, por exemplo, demore semanas para procurar a UBS, Então a presença do agente de saúde na aldeia é essencial para detectar e encaminhar casos que precisam de atendimento”, diz Poty Poran.

Cada aldeia recebe a visita dos agentes e do médico, enfermeira e equipe multi no mínimo uma vez por mês.

Relacionamento
Além da UPA, do lado de fora da terra indígena a UBS também se relaciona com os Centros de Atenção Psicossocial (Caps) da região, que ajudam especialmente no atendimento de moradores dependentes de álcool e drogas, um dos problemas enfrentados pelas aldeias, tanto entre adultos quanto jovens. No atendimento hospitalar, a interlocução é com o Hospital Geral de Taipas. Para lá são encaminhadas, por exemplo, as mulheres que decidem ou necessitam dar à luz no ambiente hospitalar e, nesse caso, a interlocução realizada pelos profissionais de saúde indígenas é importante.

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