Notícia na íntegra

Sexta-feira, 31 de Janeiro de 2020 | Horário: 14:54

Prefeitura e Governo do Estado anunciam plano estratégico de prevenção ao coronavírus

Na próxima terça-feira (4), mais de mil funcionários de Saúde receberão treinamento presencial sobre fluxos de notificação e atendimento aos casos suspeitos. Até o momento, não há caso confirmado de coronavírus no país.

A Prefeitura de São Paulo e o Governo do Estado de São Paulo anunciaram nesta sexta-feira (31) ações conjuntas para previnir a transmissão do coronavirus na capital. As iniciativas incluem um plano de prevenção e a formação de um comitê estratégico para ações relacionadas ao coronavírus. Até o momento, não existem casos confirmados de coronavírus na cidade. Dois pacientes com suspeita do vírus estão em monitoramento.  

“Estamos montando esta ação conjunta entre Governo e Prefeitura para disseminarmos o conhecimento. A Prefeitura vem trabalhando com o tema desde 10 de janeiro, capacitando funcionários para atuação e contato com a população. É muito importante que todos os profissionais possam saber todas as informações que temos hoje para orientar as pessoas.. Não há necessidade de alarde. Mesmo assim, o Estado e a Prefeitura estão preparados”, disse o prefeito Bruno Covas. 

Na próxima terça-feira (4), será iniciado um plano de capacitação da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), com o treinamento presencial de mais de mil profissionais de saúde sobre fluxos de notificação e atendimento específicos aos casos suspeitos de coronavírus. "A ideia é que estes profissionais atuem como agentes multiplicadores, difundindo as melhores práticas em todas as regiões da cidade", disse o secretário municipal de Saúde, Edson Aparecido.

O Governo de São Paulo irá destinar R$ 200 mil para a aquisição de kits diagnósticos para o Instituto Adolfo Lutz realizar os testes do vírus. O recurso também será empregado na compra de insumos e equipamentos de proteção individual (EPIs), como máscaras, luvas, óculos e aventais para profissionais de saúde dos hospitais e laboratórios estaduais. Se necessário, a verba poderá ser ampliada.  

“O plano de contingência do Governo de São Paulo se dá ao lado de todos os 645 municípios do Estado. Reforço aos jornalistas presentes a importância de uma comunicação precisa para melhorar a qualidade da informação, a correta percepção e evitar o pânico”, declarou o governador João Doria.

Na coletiva de imprensa, foi anunciada a criação de um Centro de Operações de Emergências, que contará com representantes de instituições estaduais, municipais e federais, com o objetivo de auxiliar a organização e normatização de ações de prevenção, vigilância e assistência referentes à infecção humana peno novo coronavírus. O centro também vai colaborar para a análise de dados e de informações para subsidiar tomadas de decisões e definições de estratégias, preparação da rede e de ações de enfrentamento de emergências em saúde pública. 

“Os profissionais de saúde que atuam em São Paulo estão sendo orientados sobre esse novo vírus e a importância de nos informar rapidamente sobre qualquer caso suspeito. Nossa rede está preparada para atender pacientes e conta com serviços de referência na área de infectologia para casos graves. Seguiremos vigilantes, orientando organizações públicas e privadas, veículos de comunicação e a sociedade civil, prezando pela agilidade e transparência”, afirmou o secretário estadual de Saúde, José Henrique Germann.

Atualmente, a capital trabalha de forma integrada e sob orientação do Centro de Vigilância do Estado de São Paulo (CVE) e o Ministério da Saúde. A Coordenadoria de Vigilância e Saúde da capital (Covisa)  está em contato direto com estes órgãos,  acompanhando todas as atualizações e orientações sobre a evolução dos casos.

No momento, o papel da saúde municipal é monitorar os casos suspeitos na cidade de São Paulo, orientar e capacitar os profissionais de saúde, além de preparar a rede municipal para os atendimentos. Para garantir uma eficiência maior, a Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, disponibilizou as informações e orientações técnicas voltadas para profissionais de saúde e instruiu todos os gestores dos equipamentos de saúde da rede municipal a manter suas equipes informadas e seguir as orientações. 

Monitoramento dos casos suspeitos
Até o momento, não existem casos confirmados de coronavírus na cidade de São Paulo. A Secretaria de Estado da Saúde de SP está monitorando três casos suspeitos de Coronavírus em todo o estado, sendo dois na capital e um em Paulínia, de dois adultos e uma criança que estão bem, estáveis e recebendo cuidados em casa em isolamento domiciliar, ou seja, com restrição de contatos com pessoas e ambientes externos. Antes mesmo da notificação destes casos, a pasta já estava preparada deflagrar as medidas de vigilância e articulação com a rede assistencial, com base no Plano de Risco e Resposta Rápida. 

Os dados oficiais são registrados pelos municípios em um sistema de notificação do Ministério da Saúde. Eventuais novos casos suspeitos ou confirmados, são divulgados diariamente pela Secretaria (confira abaixo onde obter informações). 

Os familiares dos pacientes considerados suspeitos estão orientados com relação às medidas necessárias para se prevenirem, como uso de máscaras, higienização das mãos e não compartilhamento de objetos de uso pessoal, bem como sobre os cuidados requeridos para os pacientes, que incluem hidratação e a permanência em casa, sem circulação por outros locais e evitando contato com familiares e amigos, por exemplo.

“O monitoramento está em curso, com organismos internacionais e nacionais de saúde, e nossas equipes seguem acompanhando o tema ininterruptamente para que possamos dar respostas rápidas e efetivas quando necessário”, diz a diretora da Vigilância Epidemiológica, Helena Sato.

É fundamental procurar o serviço de saúde mais próximo se a pessoa apresentar sintomas como febre, dificuldade para respirar, tosse ou coriza, associados aos seguintes aspectos epidemiológicos: histórico de viagem em área com circulação do vírus (consulte os sites indicados no final do texto), contato próximo caso suspeito ou confirmado laboratorialmente para coronavírus.

Investigação e diagnóstico
A investigação dos casos é realizada pelas secretarias municipais de saúde, com todo apoio técnico da pasta estadual. As amostras biológicas dos pacientes são colhidas pelo hospital onde foram atendidos e enviadas para análise no Instituto Adolfo Lutz.

Os exames consistem numa análise que detecte o genoma do vírus, por meio do chamado PCR (sigla em inglês que significa “Reação em cadeia da polimerase”). São feitos a partir da a coleta de materiais respiratórios (aspiração de vias aéreas ou coleta de secreções da boca e nariz), que deve ser realizado pelo hospital que atendeu o caso suspeito e encaminhado ao laboratório de saúde pública do Estado de São Paulo. Os resultados são comunicados pelo Lutz ao município de residência do paciente, responsável por notificar o descarte ou confirmação do caso.

 

Resposta rápida
Assim que os primeiros sintomas surgirem (febre, tosse, coriza e dificuldade para respirar), o paciente deve procurar o serviço de saúde mais próximo. Para ser considerada suspeita, a pessoa deve ter histórico de viagem para locais com transmissão local, como a China, ou ter tido contato próximo com pessoa com caso suspeito.

O profissional de saúde vai avaliar se os sintomas indicam alguma probabilidade de infecção por coronavírus, tomar as providências para notificação e coletar material para exame laboratorial. O início do tratamento dos sintomas prevê medidas para isolamento do paciente.

A infecção apresenta manifestações parecidas com a de outros vírus respiratórios e não existe tratamento específico para o novo coronavírus. Dependendo da condição clínica do paciente, o isolamento pode ser domiciliar.

A pessoa deve ficar em repouso e beber muitos líquidos. É fundamental que familiares e amigos evitem o contato direto e o compartilhamento de objetos de uso pessoal com o paciente. Pacientes com sintomas mais intensos podem ser hospitalizados.

Neste momento, estão estabelecidos fluxos com dois principais hospitais especializados de referência: o Instituto de Infectologia Emílio Ribas e o Hospital de Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. Outros centros especializados em doenças transmissíveis da Governo de São Paulo estão sendo integrados a esta rede.

A atuação em portos e aeroportos é de responsabilidade da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), que está trabalhando de forma integrada com a Secretaria da Saúde. Pacientes detectados antes do desembarque no Brasil com os sintomas serão abordados pela Anvisa, que acionará serviço médico para avaliação dos casos ainda a bordo de embarcações e aeronaves.

Os aeroportos estão veiculando mensagens em mandarim, inglês e português com orientações sobre sintomas e medidas para evitar a transmissão.

“Como muitos pacientes podem desembarcar assintomáticos, a Saúde de São Paulo reforça a orientação aos profissionais de saúde para que estejam atentos a possíveis casos suspeitos. Todos devem seguir os protocolos estabelecidos para manejo de pacientes, notificação de casos, diagnóstico e tratamento”, diz o coordenador de controle de doenças, Paulo Rossi Menezes.


Sobre o Coronavírus

O que é?
O coronavírus (CoV) faz parte de uma grande família viral que causa infecções respiratórias em seres humanos e em animais.

Em janeiro de 2020, relatou-se casos de pneumonia de causa desconhecida ocorridos na cidade de Wuhan, no Sul da China onde houve a detecção de um novo coronavírus (2019-nCov), trata-se de um nova cepa que ainda não havia sido identificada em humanos. 

 

Sintomas

  • Febre + Sintomas respiratórios + histórico de viagem à China (14 dias antes do início de dos sintomas) ou contato com caso suspeito para 2019-nCoV.
  • Febre + sinais respiratórios + contato com caso confirmado por laboratório
Se você tiver estes sintomas, procure atendimento médico.

 
 

Orientações

  • Cubra sua tosse
  • Utilize lenços descartáveis e jogue-os no lixo após o uso
  • Cubra sempre o nariz e a boca ao tossir os espirrar
  • Lave as mãos frequentemente com água e sabão
  • Evite aglomerações ou locais pouco arejados
  • Evite tocar olhos, nariz e boca.
  • Não compartilhe objetos de uso pessoal.

 

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