Notícia na íntegra

Domingo, 24 de Março de 2019

População em situação de rua tem 56 vezes mais chances de contrair tuberculose

Horário: 00:00
Plano Municipal para Eliminação da doença foi lançado na capital no ano passado e estimula a adesão ao tratamento, com acompanhamento observado diariamente e distribuição de cestas básicas e vale-transporte

A população que vive em situação de rua é um dos grupos mais vulneráveis à bactéria que causa a tuberculose, com 56 vezes mais chance de contrair a doença. Neste domingo (24), é celebrado o dia mundial de combate à tuberculose, que atingiu mais de 60 mil pessoas no município de São Paulo entre os anos de 2008 e 2018.

Pessoas que vivem com HIV/aids, privadas de liberdade (população carcerária) e indígenas também são grupos suscetíveis à tuberculose. A estimativa é que uma pessoa doente e com o bacilo ativo no escarro infecte, em média, de 10 a 15 pessoas no período de um ano. O diagnóstico e tratamento estão disponíveis em todas as Unidades Básicas de Saúde (UBS) da capital. 

A doença tem cura, porém, como a melhora clínica é muito rápida (com diminuição dos sintomas em um mês), alguns pacientes abandonam a medicação, que deve ser tomada regularmente durante seis meses. A interrupção aumenta a chance de causar resistência do bacilo ao remédio, o que pode levar a necessidade de troca dos medicamentos e ampliação do tempo necessário para a cura do paciente.

O estimulo à adesão ao tratamento é um dos pontos abordados pelo Plano Municipal para Eliminação da Tuberculose, lançado em 2017 pela Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de São Paulo e que está em consonância com a Organização Mundial de Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde para a eliminação da tuberculose no mundo até 2035.

Uma das estratégias do plano é o Tratamento Diretamente Observado (TDO), com o paciente recebendo diariamente a medicação direto na unidade básica de saúde. São administradas quatro drogas, inseridas em uma mesma cápsula que deve ser ingerida em jejum. 

“O fato de o paciente ir ao serviço (UBS) diariamente para tomar a medicação propicia a conversa com a equipe e muitas vezes a solução de outros problemas que impactam na tuberculose como, por exemplo, uso de drogas, alcoolismo e até o desemprego”, esclarece Rosa Nakazaki, diretora da Divisão de Vigilância Epidemiológica (DVE) da Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa). O município de São Paulo registra uma média de 400 mortes causadas pela tuberculose anualmente. 

Para estimular a adesão ao TDO, os pacientes recebem uma cesta básica e bilhete único para subsidiar o deslocamento até a UBS sempre que completar o mês de tratamento. Em 2018, foram distribuídas 22.781 cestas básicas e 28.024 Bilhetes Únicos.

Transmissão e sintomas

A tuberculose é transmitida por via respiratória quando o doente fala, tosse ou espirra. Já o compartilhamento de objetos como roupas, toalhas ou copos não trazem risco de contaminação. Outros fatores que aumentam a probabilidade de infecção são o tipo de ambiente partilhado (fechado ou com pouca ventilação) e a condição imunológica do individuo. 

Tosse persistente por mais de três semanas é o principal sintoma da doença, que também provoca dores no peito, perda de peso, falta de apetite, febre e sangramento das vias respiratórias. A bactéria causadora da tuberculose atinge os pulmões, mas também pode se alojar em outros órgãos. Caso apresente os sintomas, é importante procurar um posto de saúde para realizar o exame de escarro. 

A prevenção à tuberculose é oferecida pela vacina BCG, aplicada em crianças recém-nascidas ou com até, no máximo, 4 anos, 11 meses e 29 dias de vida. A dose protege a criança contra as formas mais graves da doença e está disponível gratuitamente, nas salas de vacinação das redes de serviços do Sistema Único de Saúde (SUS), incluindo maternidades. A vacina não dá imunidade para o adulto.

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