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Quarta-feira, 19 de Junho de 2019

Reforma no Parque Trianon valoriza Mata Atlântica

Horário: 00:00
Espécies que comprometem a biodiversidade local, na Avenida Paulista, serão retiradas e darão lugar à vegetação nativa de Mata Atlântica

Para um leigo, parece “apenas” uma palmeira, mas a Seafórtia (Archontophoenix cunninghamii), também conhecida como palmeira-australiana ou palmeira-real, é a maior responsável por uma invasão biológica no Parque Trianon, na Avenida Paulista. A invasão biológica ocorre quando plantas exóticas (não nativas de uma localidade e, geralmente, vindas de outros países) comprometem a flora original e oferecem riscos à biodiversidade (por isso, invasoras). A Secretaria do Verde e do Meio Ambiente (SVMA) realizou diversos estudos no local, envolveu a sociedade civil e promoverá a substituição gradativa da palmeira Seafórtia no interior do Parque Trianon por mudas nativas da Mata Atlântica.

 A decisão da SVMA, já aprovada pelo Conselho Gestor do Parque em 2017, envolve a realização de ações que visem o controle da espécie invasora. Ela segue solução dada diante de situação semelhante ocorrida na vegetação de Mata Atlântica da Cidade Universitária. Os cientistas do Instituto de Biociências pesquisaram o fenômeno e concluíram que a espécie invasora provocava prejuízos à flora nativa.

 Em 2011, cerca de 10 mil Seafórtias da USP foram substituídas por 120 espécies nativas de Mata Atlântica. A SVMA consultou parceiros como a SOS Mata Atlântica, universidades e comunidade para conduzir a ação, que prevê a conscientização da comunidade para a reposição das perdas vegetais e consequente retirada dessas plantas, além do controle da invasão biológica em andamento.

O projeto está orçado em R$ 1,8 milhão, verba já aprovada junto ao Fundo Especial do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Fema). Além do controle/erradicação da palmeira seafórtia, a iniciativa prevê a realização de levantamento quantitativo de aves e, também, o plantio de novas espécies arbóreas e palmeiras nativas. Outros parques também se encontram “invadidos” pela espécie australiana, mas em menor grau.

Problemas e soluções

A Seafórtia provoca muitos danos ambientais, devido ao seu crescimento rápido, à intensa competição com outras plantas e à sombra excessiva de sua copa, que prejudica a germinação das espécies nativas. Suas sementes possuem menos nutrientes que as de outras palmeiras nativas, como por exemplo, o palmito-juçara e o jerivá; as aves que as consomem contribuem para disseminá-las ainda mais. O empobrecimento de flora também traz riscos às 57 espécies de animais silvestres locais, sendo dez invertebrados, um anfíbio, 39 aves e sete mamíferos.

 O projeto prevê o manejo da vegetação com substituição das exóticas por espécies nativas e o preenchimento do sub-bosque, entre solo e copas, com plantas atrativas à fauna. Epífitas, como bromélias e orquídeas, também contribuirão para atrair novas espécies da fauna. Essas ações permitirão a preservação do remanescente de mata atlântica do Parque Trianon, permitindo que seja um refúgio e fonte de alimentação saudável para a fauna silvestre – um privilégio deste oásis da natureza em plena Avenida Paulista.

Pássaros

Além da flora exuberante, o Trianon abriga uma fauna diversificada. Um dos destaques são os pássaros. São observadas no local 34 espécies de aves comumente encontradas em áreas abertas e bosques da cidade. Entre elas, os destaques são o gavião-carijó, tuim, anu-preto, beija-flor-de-peito-azul, pica-pau-do-campo, bentevizinho-de-penacho-vermelho, pitiguari, tico-tico e sabiás.

 

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