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Quinta-feira, 6 de Outubro de 2022

Operação Baixas Temperaturas mobiliza subprefeituras e ganha apoio de voluntários

Horário: 00:00
Pessoas e empresas formaram uma corrente solidária que ajuda no enfrentamento do frio e torna São Paulo mais humana.

A Operação Baixas Temperaturas segue até o dia 31 de outubro, unindo a Prefeitura de São Paulo, voluntários e empresas, numa onda de solidariedade. “Seremos acionados a qualquer momento, dependendo da queda de temperatura na cidade”. A frase foi dita pela secretária adjunta da Secretaria Municipal das Subprefeituras (SMSUB), Ana Carolina Lafemina, numa das dezenas de reuniões feitas com os 32 subprefeitos da Capital para a preparação da maior operação de ajuda humanitária para enfrentamento do frio na cidade.

O planejamento para a ação, feito com dois meses de antecedência, começou na Prefeitura de São Paulo, acionando as Secretarias de Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS), Saúde (SMS), Direitos Humanos e Cidadania (SMDHC), Segurança Urbana (SMSU), Secretaria Municipal de Inovação e Tecnologia (SMIT), Defesa Civil, São Paulo Transportes (SPTrans), São Paulo Turismo (SPTuris), responsável pela montagem das tendas, além da SMSUB, que atuou em todos os bairros de alta vulnerabilidade.

Inicialmente, a Operação terminaria no dia 30 de setembro, mas a data foi prorrogada até o dia 31 de outubro, em função das frentes frias que continuam em toda a região Sudeste. Toda vez que a temperatura for igual ou menor que 13 graus, 10 tendas entram em funcionamento para atender a população em situação de rua com o fornecimento de bebidas quentes como sopas, cobertores, transporte para abrigos.


As subprefeituras da Capital têm uma outra missão: encontrar as pessoas que não procuram as tendas e precisam de ajuda. Foi assim que as equipes técnicas de cada uma das subprefeituras percorreram 2690 endereços até setembro, buscando nos locais mais remotos pela população que precisava de ajuda. Nessa caminhada noturna de busca ativa para além das tendas, foram distribuídos 17.235 cobertores, feitas 20.159 abordagens e encaminhados 945 cidadãos para os abrigos de acolhimento.

O secretário municipal das Subprefeituras, Alexandre Modonezi, disse que “ a logística montada dentro da Secretaria permitiu a distribuição dos cobertores, conforme a demanda das 32 Subprefeituras”. Não faltou cobertor durante toda a Operação e todas as ações foram documentadas.

A Operação Baixas Temperaturas foi ganhando apoio da comunidade que fica no entorno dos endereços. Na Casa Verde, zona norte, bazares foram montados para distribuir roupas e alimentos secos. Na medida em que chegavam, eram limpos, organizados, distribuídos. Mais de 500 peças entre blusas, casacos, roupa de criança, foram entregues para quem precisava. Em Pinheiros, mais roupas chegaram na sede da Subprefeitura, sempre em boa hora de precisão.

Na cozinha da Subprefeitura Vila Prudente, caldeirões ferveram leite para os chocolates quentes e os comerciantes e padeiros locais doaram pães e ingredientes. Os embutidos que entraram foram suficientes para 1690 sanduíches, distribuídos junto com os cobertores e a bebida levada nas garrafas térmicas. Na Freguesia do Ó, o chá quente acompanhou o lanche distribuído através de doação.

No Butantã e em Santo Amaro, pets shop doaram ração para os animais. E quando as equipes das subprefeituras chegavam, o alívio também era para os cães e gatos abrigados com os seus tutores em situação de rua.

Essas cenas aconteceram em várias Subprefeituras. Em Parelheiros e Ermelino Matarazzo, as equipes distribuíram marmitas doadas. Em Sapopemba e M’Boi Mirim, as sopas se somaram aos cobertores distribuídos à população. Na Sé, um antigo parceiro se juntou pelo terceiro ano consecutivo, multiplicando os recursos.

Exemplos

Entre a AACD, no Ibirapuera e a Vila Brasilândia, a rota indica 18 quilômetros de distância. No primeiro endereço, funciona uma instituição com mais de 70 anos de existência e que faz, por ano, 800 mil atendimentos a portadores de deficiência. No outro endereço, a casa de família é conhecida pelo cheiro.

O caminho do Emanuel Toscano, superintendente de operações da AACD, e o da Vovó Tutu, que prepara 37.600 pães, bolos e broinhas por mês, se cruzou na Operação Baixas Temperaturas, através do voluntariado.

Os cobertores ainda em condição de uso foram coletados do centro da cidade pela Subprefeitura Sé e levados para a lavagem na AACD. Ao todo, foram limpos 2 mil cobertores em três meses.

Para dar apoio à Operação Baixas Temperaturas, uma logística foi montada dentro da AACD. Os cobertores sujos entravam por uma ala da lavanderia específica para o recebimento de material contaminado. A Associação, que faz 800 mil atendimentos por ano, recebeu o Qmentum Internacional, uma acreditação internacional que atesta os padrões de excelência em Qualidade e Segurança. “A lavagem é pesada, porque ele vem numa condição que nós desconhecemos se foi contaminado ou não. Então ele tem um processo de limpeza bastante rigoroso, ele sai daqui em perfeitas condições”, diz o superintendente.

É também uma ação ambientalmente justa e que evita o descarte precoce, além de economizar recursos públicos com a compra de mais cobertores.

A padaria da vovó Tutu nunca vendeu um pão. Nasceu de um sonho desfeito: ela e os filhos iam montar um restaurante, mas com a pandemia, sobraram os utensílios e um pouco de matéria-prima na dispensa, como farinha. Para não desperdiçar, a Vovó fez 100 pães para colocar na vitrine que improvisou na sala da casa. E acabou doando porque “as pessoas pediam, estavam com fome e não tinham dinheiro para comprar”.

Usou o dinheiro que tinha para comprar mais mantimento e, em uma semana, estava amassando 18 quilos de massa e fazendo 1000 pães. Os netos viram que sem ajuda, não ia dar certo. Fizeram um vídeo e a Vovó viralizou. A ajuda chegou. “Eu tenho mães que vem com o fubá, com a farinha da cesta básica para poder ajudar.” Outros desconhecidos trouxeram mais mantimento e nas noites mais frias deste ano, pessoas em situação de rua tiveram do seu lado o carinho dos biscoitos caseiros feitos numa casa da periferia de São Paulo.

“A Secretaria Municipal das Subprefeituras está profundamente grata com o apoio incondicional das equipes técnicas e dos voluntários nessa jornada. E, através do Emanuel Toscano e da Vovó Tutu, fica a homenagem a todos os anônimos que se juntaram nessa corrente e demonstraram afeto e empatia”, finaliza a adjunta das Subprefeituras, Ana Carolina Lafemina.

Para conhecer um pouco mais, acesse aqui.

 

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